RESPOSTA AO DESABAFO DE UM PSEUDO JUDOCA
Em seu pretenso desabafo, o atleta Alexsander Guedes, logo no inicio de seu discurso, coloca-se em posição de vitima, com argumentos distanciados da verdade, entortando os escritos para acomodar os fatos. Diz que foi desclassificado com “Hansoku Make” e depois se dirigiu de maneira desrespeitosa ao arbitro. A bem da verdade aconteceu o contrário. Primeiro, proferiu ao arbitro palavras do calão das sarjetas e por esse motivo foi penalizado. Não contente, após a competição, ao encontrar o arbitro em outro local, voltou a se dirigir ao mesmo com insultos e injurias.
Segundo o que apuramos esse atleta já é reincidente nesse tipo de comportamento. Recuando no tempo, foi presenciado em campeonato de Judô esse mesmo pseudo judoca, que encostado no gradil do ginásio onde se realizava o evento, atrapalhava a visão do publico que estava sentado educadamente na arquibancada. Quando solicitado por um professor “Kodansha” 7° dan a se retirar do gradil, o referido atleta simplesmente se dirigiu ao professor e disse “Você sabe com quem esta falando?” e em ato continuo virou as costas e permaneceu no local demonstrando total falta de respeito e toda arrogância por ser militar.
Em seu texto de apelo filosófico dramático, cita trechos da “filosofia do mestre Jigoro Kano, que diz sobre respeito à hierarquia e disciplina, que todos os verdadeiros judocas devem ter inserido em seu caráter.” Se realmente tivesse esse ensinamento incorporado a sua crença, jamais escreveria o texto.
Na cultura japonesa, de onde surgiu o Judô, que ele tanto admira e no Exercito onde é oficial, existe a hierarquia e deve-se sempre saudar, cumprimentar e dar atenção ao mais graduado, principalmente um “Kodansha”. Infelizmente esse atleta ou militar não serve como exemplo. Não só pelos seus atos, mas também pelo fato de não saber enfrentar a inconformidade do fim da carreira esportiva.
No texto também se desculpa mostrando arrependimento com intenções claras de critica e vingança, argumentando que “deixa o seu lar, sua família e seu trabalho” para competir.
E os árbitros, mesários, professores, técnicos e organizadores, não têm lar, família e trabalho?
Diz ter sido prejudicado. Quem nunca foi prejudicado? Será que ele mesmo nunca foi beneficiado por uma decisão errada de um árbitro?
Árbitros são passiveis de erro e o atleta tem que se conscientizar disso, tal como o judoca que não deve dar motivo ou oportunidade ao árbitro para errar.
É simples, é só aplicar a técnica perfeita, Ippon! Pronto, terminou a luta.
Existem bons árbitros sim, já tivemos e temos os melhores do mundo. Em outros paises grandes atletas depois de encerrar sua carreira como competidores, colaboram como árbitros e dirigentes, o que não acontece no Brasil. Esta função fica justamente para aqueles que não puderam ter a experiência de 32 anos de carreira em nível Nacional e Internacional como o citado atleta.
Um campeão mundial das forças armadas, como humildemente assina seu texto e também como professor, deveria repensar sobre a filosofia do Judô, para não chegar ao ponto de compará-la e inferiorizá-la frente a esportes como o futebol, onde não se educa ninguém e impera o desrespeito e o vandalismo.
Esperamos que seus técnicos, professores e superiores não estejam coniventes com a atitude deste pseudo judoca e militar. Que ele aproveite sua experiência de 32 anos para transmitir algo positivo para os mais jovens. As crianças precisam mais de exemplos do que de conselhos.
Toda sua argumentação, em verdade, deveria ser encaminhada aos órgãos competentes.
Do mesmo modo a CBJ deve tomar providencias no sentido de punir este tipo de comportamento, que se repete pela impunidade, tão em moda em nosso país.
Estamos a espera de uma manifestação da Confederação Brasileira de Judô.
Comissão de grau da FPJ
Profs 8º dans Niitsuma, Matsuda, Dante Kanayama,Ichikawa
7ºdan – Odair Borges e 6º dan Matsumoto.
Membro da Comissão de arbitragem – Prof. 8º dan Dante Kanayama
DESABAFO DE UM ATLETA DE JUDO
Nesse último final de semana, durante o Grand Prix nacional, protagonizei o pior
incidente ocorrido comigo durante os meus 32 anos de carreira como atleta de judô. Foi
nesse evento em que após ser desclassificado por Ransoku make, me dirigi de maneira
desrespeitosa a um árbitro da região de Brasília-DF, que por diversas vezes vem me
prejudicando e também a atletas da entidade que represento, com atuações no mínimo
com erros de interpretação.
Essa atitude foi condenável e fruto de um destempero que nunca aconteceu em
minha vida de atleta. Realmente perdi a cabeça. Sempre ensino meus alunos a nunca se
dirigir a um árbitro de maneira desrespeitosa, conduta ensinada pelos meus professores
desde a minha infância. Refleti muito e lembrei aquele juramento que os atletas
proferem antes de cada competição, que diz além de outras coisas: ”... prometo acatar
com humildade todas as decisões dos árbitros, seja vencido ou vencedor...”,
juramento esse que vai de encontro à filosofia do mestre Jigoro Kano de respeito à
hierarquia e disciplina, que todos os verdadeiros judocas devem ter inserido em seu
caráter.
Sei que pagarei por esse ato e venho a público pedir desculpas às pessoas
inocentes que escutaram absurdos decorrentes do ocorrido e não aconselho nenhum
atleta a executar algo semelhante ao que fiz.
Porém durante o mesmo evento, ao sair da área de competição notei a surpresa
de alguns atletas e técnicos das outras equipes, que não esperavam que um lutador
experiente como eu, tivesse tomado tal atitude. Também recebi apoios de alguns atletas
das equipes presentes naquela fase da competição e foram esses apoios que me fizeram
pensar nesses últimos dias sobre alguns pontos, que eu gostaria de citar sobre a
arbitragem de uma competição.
Muitos podem pensar: ”Mas um atleta não pode se preocupar com a arbitragem,
tem que se preocupar apenas em lutar”. Para essas pessoas, respondo que as
conseqüências de uma arbitragem mal realizada ou mal intencionada, sempre acabam
prejudicando aqueles que estão no fim da linha, os atletas. Que me respondam os
judocas: Quem nunca foi prejudicado por um árbitro que errou ou foi mal intencionado?
E vou mais além, quantos árbitros foram punidos por esses erros? Quem nunca sentiu
receio ao entrar numa área de competição que possuía no trio de arbitragem, um árbitro
que não gosta da entidade que você representa ou que não é simpatizante do estado que
você compete, talvez até por motivos políticos? Por isso acho sim que um atleta deve
falar sobre arbitragem e se preocupar com ela.
Primeiramente, gostaria de saber: Será que um árbitro ao errar (ou ser mal
intencionado) durante uma arbitragem num evento como o GP nacional tem idéia das
conseqüências do seu ato? O investimento dos 12 grandes clubes nacionais; os
patrocínios; o esforço da CBJ, representados pelos professores Robinelson e Kenji, em
tornar o GP uma importante competição nacional, organizada e com reconhecimento da
mídia; a semana fatídica de treinamentos dos atletas que muitas vezes deixam o seu lar,
sua família e seu trabalho para competir. Tudo isso jogado pelo ralo, muitas vezes por
um shido desastroso.
Segundo ponto: Como investir ainda mais na arbitragem nacional para que
apareçam novos talentos? Pois nessas competições é notória a presença sempre dos
mesmos árbitros que causam polêmicas. Será que nesse país, não existem árbitros bem
preparados que não tenha a oportunidade de participar de um evento como o GP?
Afinal temos ou não o melhor árbitro do mundo, o Professor Edson Minakawa.
E terceiro: Como punir os mal intencionados ou que erram com grande
freqüência e valorizar aqueles que apresentam boa performance nos eventos? É como
fala um dito do meu esportivo: “Árbitro bom é aquele que pouco aparece durante
um jogo, deixam as estrelas (atletas) apare cerem para dar o espetáculo”, fato que
não aconteceu nessa edição do GP, onde algumas pessoas quiseram aparecer mais do
que as estrelas e ainda vão dizer que a culpa é do atleta, sempre do atleta... coitado do
atleta!!!!
Mas confio na experiência e competência do professor Pereira, que saberá
resolver essas e outras questões em prol do judô, para que os atletas possam entrar na
área de competição e saber que depende só dele para ser o vencedor.
Como sugestão, poderíamos aprender com o futebol, onde o profissionalismo
existe há muitos anos ( já que caminhamos para esse processo), onde os clubes podem
vetar os árbitros escalados para uma partida. Ou então após uma lista indicada pela CBJ
dos árbitros habilitados a atuar no GP, os clubes participantes decidiriam quem deveria
participar do evento.
Por fim gostaria de dizer que no Brasil existem excelentes árbitros, capacitados e
verdadeiros estudiosos das regras da modalidade, que seguem o exemplo dos
professores Minakawa e Maranhão, reconhecidos internacionalmente por suas atuações,
porém infelizmente existe uma minoria conhecida pelos atletas, técnicos e dirigentes
dos clubes que tentam manchar a qualidade da arbitragem nacional, estragando o
desenvolvimento das competições.
Desejo sucesso aos clubes participantes da edição feminina do GP. Espero que
vocês tenham mais sorte que os homens. Que vocês possam ser as estrelas do
espetáculo!!!
Alexsander Guedes – Campeão Mundial Militar e titular da seleção nacional nos
mundiais de Birmighan-Inglaterra (1999) e Cairo-Egito (2005).
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
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